No âmbito do projeto VOLRISKMAC II, financiado pelo Programa de Cooperação INTERREG V-A Espanha-Portugal MAC (Madeira-Açores-Canárias) 2014-2020, o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA), em colaboração com o Instituto de Investigação em Vulcanologia e Avaliação de Riscos (IVAR) da Universidade dos Açores, publicou hoje, no seu website, a Carta de Sismicidade dos Açores de 2021. Esta publicação surge na sequência do compromisso assumido pelo CIVISA em 2018 de disponibilizar, anualmente, a Carta de Sismicidade dos Açores numa plataforma acessível e de forma gratuita. 
Para além do mapa de sismicidade anual do arquipélago, esta publicação apresenta os mapas de sismicidade mensal, o mapa com a configuração da Rede de Monitorização Sísmica Permanente do CIVISA, bem como o mapa com as áreas sismogénicas definidas para o arquipélago e as quais são alvo de monitorização. Para além destes elementos, apresenta igualmente as distribuições diária e mensal do número de eventos registados e sentidos e da energia sísmica libertada. 
Para este período, o CIVISA registou 2.422 sismos, dos quais 1.668 obtiveram localização hipocentral e encontram-se projetados na Carta de Sismicidade dos Açores 2021. Para os restantes eventos sísmicos, devido ao facto de serem muito pouco energéticos e não terem sido detetados por um número suficiente de estações, não foi possível obter localização.  
Em termos de distribuição geográfica, a maioria da sismicidade concentrou-se a W do Faial (zona sismogénica SZ43), a S de São Miguel (zona sismogénica SZ07) e na Crista Submarina da Serreta (SZ25), onde se registaram 344, 155 e 142 eventos, respetivamente.  
O maior número de sismos foi registado no mês de março (559 sismos), tendo contribuído em grande parte para este número, a crise sísmica ocorrida na Crista Submarina da Serreta, ao largo da ilha Terceira. 
Relativamente à sismicidade sentida, esta ocorreu, predominantemente, nos meses de julho e agosto, com 3 e 4 eventos, respetivamente, totalizando 17 sismos sentidos em todo o ano. O maior número de sismos sentidos é justificado pela atividade sísmica registada a S de São Miguel (SZ07). O sismo mais energético (sentido) ocorreu no dia 11 de janeiro com ML=5,1 (Richter) e localizou-se na zona sismogénica a W do Faial (SZ43). Este sismo foi sentido com intensidade máxima IV/V nas freguesias de Capelo, Castelo Branco, Praia do Norte e Feteira (ilha do Faial).  
A zona sismogénica onde ocorreu maior libertação de energia foi a W do Faial (SZ43), responsável por um grande número de eventos de magnitude baixa a moderada, totalizando um valor energético de 1,02E19 ergs. No entanto, as zonas sismogénicas com maior número de sismos não são necessariamente aquelas que apresentam maior valor de energia libertada, pois depende da magnitude de cada evento sísmico. A zona sismogénica com o segundo maior valor de energia libertada foi a Falha GLORIA (SZ01), com 1,13E18 ergs, e na qual apenas 47 sismos foram gerados.  
A maior libertação de energia registou-se no mês de janeiro, com 9,48E18 ergs, correspondendo à atividade sísmica registada a W da ilha do Faial (SZ43). 
Para o Presidente da Direção do CIVISA, Professor Doutor Rui Marques, com a continuidade desta ação pretende-se promover uma maior consciencialização em relação aos perigos naturais, diminuindo o desfasamento existente entre o conhecimento científico e a população, fomentando uma sociedade mais sustentável e cidadãos cientificamente mais cultos.

  
Carta de Sismicidade dos Açores de 2021: http://www.ivar.azores.gov.pt/civisa/Documents/Carta_sismicidade_2021.pdf

http://www.ivar.azores.gov.pt/noticias/Paginas/20220217-mapa-sismicidade-2021.aspx